Tela, minha anja, sabe que eu ainda não consegui descobrir se *sou* uma tradutora? Sei é que venho traduzindo profissionalmente já faz um tempo, e estou me esparramando, muito apaixonadíssima pela profissão que agora eu resolvi que vai ser a minha (aqui é onde eu coloco o capacete pra receber as pedradas daqueles que certamente dirão que é sacanagi eu ocupar espaço no mercado de trabalho sem ter feito um único Fisk na vida, enquanto que eles próprios fizeram muitas faculdades e intercâmbios e especializações e oficinas e gastaram toda uma fortuna em softwares e publicações e talecoisa).
Mas, que posso fazer, num é mesmo? Se só agora, aos 30 anos, mãe de três filhos, eu fui descobrir um genuíno pendor para a coisa (entenda-se: gostar de estudar, pesquisar e escrever, além de saber usar, com um mínimo de competência, as regrinhas das duas línguas), num vou mesmo continuar aqui enraizada, chorando os anos que já se foram e morrendo de medo de começar de algum lugar. O que é muito a minha cara, diga-se de passagem.
Então, assim, num sou top de linha não. Não tenho bolas pra servir de intérprete numa conversa, nem pra verter grandes coisas do português pro inglês. Também não tenho nenhuma área de especialização técnica, como localização de software ou engenharia do raio que me parta. E nem sonho – ainda – em me meter a fazer uma tradução literária, que é coisa de muita responsa. Mas em se tratando de humanidades e entretenimento, eu vou sem medo. Cato qualquer texto em ingreis e transformo o bichinho numa coisa fofa em português.
Aconteceu que, depois de traduzir uma porção de coisas muuuuito chaaaaatas (como bula de remédio) nos últimos dois anos, me apareceu, meses atrás, uma agência de legendagem de róliúdi oferecendo serviço. Eu fiz lá a provinha deles e passei. Desde então, todo dia, minha chefa lá do Canadá deposita filminhos e scripts no meu inbox, que eu devo traduzir e revisar e mandar de volta pra ela.
Daí um dia eu disse que Enterprise é uma das minhas séries favoritas e ela me mandou to-da a quarta (e última, chuinf) temporada. Nada como um funcionário feliz, né? ;-D
Eles pagam direitinho e, mesmo que eu não vá ficar rica com a tabela de preços que eles praticam, já dá pra ir atrás de fazer meus próprios cursos e intercâmbios e especializações. Com meus próprios dinheiros. E de quebra, ainda passar meus dias assistindo filme, hohohoho.
É isso, meu bem. Tem hora que eu fico a pessoa mais feliz do mundo.
10 comentários:
esquece os fisks e intercâmbios e os olhares tortos, querida. os grandes talentos pra esse trabalho são um bom texto e (o mais precioso e mais raro) bom senso, e as duas coisas você tem que transbordam. bom te ver empolgada, viu? conta comigo se precisar. :)
bj
Dani
http://kaleidoscopio.blogger.com.br
Dani, se você, uma das minhas heroínas, é quem está me dizendo, então eu não preciso de mais nada mesmo. :-)
Obrigada pela força, amada.
Pipa
Iupi, que bom, trabalho, dinheirinho e felicidade...
Beijos
amooooor,
nada substitui o talento ;) que no seu caso é nato!
amado marido também adora enterprise. eu acho a música de abertura brega a vida toda e reclamo que botam uma vulcana gostosona mas nenhum colírio para as mulheres que assistem a série.
Que legal saber desse seu talento! Beijos!
Você é malvada que nem eu. :P
HAHAHA!
E deixa de modéstia, vc é boa pá caraleo. :)
Love, love.
Amor se Fisks e intercambios formassem tradutores eu juro que eu seria feliz. Talento ou vc tem ou vc não tem.
Dou aulas há 20 anos de ingles e frances e acho que posso falar a respeito. Tenho alunos brilhantes e alunos mediocres. Tenho alunos que falarão ingles em pouco tempo e alunos que podem se matar de estudar que nunqinha!
E afinal, vc merece ter esse talento porque Deus sabe a quem dá-lo.
Eu também amo vc! E tb sei que essa minha "fase" vai passar.
Beijos
Ahhhh que coisa mais boooooaaaa!
Eu não podia deixar de comemorar aqui ;)
Beijoca!
Lindona, fico tão feliz de te ver feliz, na luta, ganhando din din e presentinhos, sabia???
Te amo um tanto bem grande
Pipa, muito bom te ver assim, animada, que vc tenha cada vez mais trabalho e mais dinheiro ;o)
E felicidade, claro!
Simone
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