Explicando:

O ano de 2005 foi bem bacana pra mim. Voltei a trabalhar de verdade, voltei a estudar, tive amigos pacientes e carinhosos por perto. Quando paro pra pensar, acho que foi um ano bom.

Só que aconteceram umas coisas bem chatas. Começou com o assalto, continuou com o problema - ainda sem solução - dos meus avós, doentes e saqueados pela banda podre da família, seguiu com o alcoolismo do meu sogro, que mora na edícula do nosso quintal, me pegou de rasteira com o comportamento suicida do Gabriel, meu filho de 9 anos, que colocou toda a família e a escola num estado de tensão permanente, e vai progredindo com a saída porca e mal-lavada do meu marido de uma sociedade que jamais deveria ter começado e com a guarda definitiva da minha sobrinha, que é fofa e linda e que eu amo, mas que é a quarta criança sob meus cuidados.

Claro, pepinos acontecem com todo mundo. Mas eu sou mais bunda-mole do que o resto dos mortais, e sucumbi de novo à depressão. Quando isso acontece, a primeira coisa que vai pro vinagre é a minha capacidade – já deficiente por natureza – de interagir. Fica difícil além da conta.

Saber que eu posso estar magoando ou aborrecendo os que gostam de mim com o meu silêncio não me faz sentir melhor. Então, eu peço desculpas e paciência. De novo. Ainda não perdi a fé de colocar meus parafusos no lugar, mas só Deus sabe quanto tempo vai demorar. Enquanto isso, vamos remando.