Nossa, que canseira. Tou tão cansada, mas tão. Agora que a correria de mudança-reforma-hospital-nenê novo está diminuindo, o cansaço despencou feito uma bigorna ACME.

Não consigo me acostumar à casa nova. Acho os quartos frios, escuros, desproporcionais. E tem umas esquisitices. Por exemplo, o túnel de 4 metros de altura bem em cima do box do banheiro dos meninos, com uma clarabóia aberta lááááá em cima, por onde encana a maior ventania. Creepy. E o lavabo sem janela. E o quintal, onde nunca bate sol nem vento, por causa das muralhas dos dois lados. E o buraco aberto do ar condicionado no meu quarto. Daqui a pouco faço como a Zelda (nossa gata), que despirocou com a mudança e teima em entrar e fazer cocô em cima das camas.

Mas tem um cômodo que me encanta. É o sótão. Na verdade, é quase um loft. Imenso, claro, aberto. É a "casa da árvore" dos adultos: um lugar pra gente largar a carteira, o computador, o crochê, os livros... e encontrar tudo no mesmo lugar, intocado, quando voltar! Não é demais? Ainda não pude ir até lá desde a mudança, mas não paro de pensar em como vou arrumar minhas coisas e meu cantinho crafty. Só que antes de conseguir curtir numa boa, preciso encomendar um portão para colocar no corredor externo e isolar a escada que leva até esse cômodo, porque ela é bem perigosa e meu coração quase pára quando escuto uma criança indo praquelas bandas.

Ter quatro filhos num é bolinho. É uma explosão - de alegria, ou de irritação, ou de culpa, ou de ternura, ou de orgulho - a cada 10 segundos. Amo muito tudo isso. Mas quando penso nas minhas trompinhas tocando harpa lá no céu das trompas extirpadas, suspiro fundo e comprido de alívio. Afe.