A Júlia com otite de novo. Muitas melecas, febre, inapetência, choradeira, antibiótico.

Felipe com as mãos estropiadas. De novo.

Laura com dor de garganta e reação alérgica ao remédio. Acordou à meia-noite, deformada. Eu quase tive uma parada cardíaca.

Tem plano de saúde? Não. Encare o SUS com fé no coração.

O meu sogro down the hill com a bebedeira. Pior do que antes. Comida apodrecendo dentro do quarto, garrafas de pinga e xixi embaixo da cama, cuspe no chão, acusações de estar sendo roubado (do dinheiro que ele rouba da gente), dias sem tomar banho ou trocar de roupa. Por que eu?, eu não consigo deixar de me perguntar. Por quê? Como me proteger disso?

O quarto dos meninos tá um mofo só. Estourou um cano na parede, não tem grana pra consertar. Eles dormiram no chão da sala por um mês. Agora estão na casa da minha sogra.

Além do mofo, tem a descarga que dispara. A luz do banheiro e a da cozinha, que não acendem (e o abajur sendo carregado pra lá e pra cá). E a viga podre do telhado da garagem, que ameaça cair em cima de alguém a qualquer momento. E os pedaços de parede que despencam todo dia. E os tacos se soltando, e os cupins fazendo estradinhas dentro dos armários embutidos.

A Dalva brigando com a Síndrome de Pânico dela, e eu sucumbindo à minha. Minha vida só funciona quando ela vem.

Muito, muito trampo. Trampo novo, inclusive. Eu pedi tanto. Mas não sei como dar conta.

É isso. Tantas histórias fofas se perdendo no meio desse monte de merda. Não sei como falar disso.