terça-feira, 30 de agosto de 2005

As aulas de sábado estão mesmo de deixando de cabeça virada. Alguma coisa em mim destrambelhou e ficou clamando por reviver as aventuras dos dias de república, em que eu economizava o dinheiro do ônibus pra comprar o sanduíche de mortadela do jantar.

Então, o que eu fiz? Comecei saindo atrasada de casa, em jejum, debaixo do maior aguaceiro, depois de passar a noite inteira namorando. Típico, não?

Durante a aula, fui pega de surpresa por um poema do João Cabral e chorei, na carteira colada à mesa da professora.

Depois, promovi um desencontro hilário com a Seal, com quem tinha combinado almoçar. Primeiro, ela foi até a Unicamp e eu ainda não tinha chegado. Mais tarde, tentei ligar para ela e o telefone estava errado. E quando finalmente conseguimos nos falar, ela estava com um revertério de dimensões catastróficas e mal parava em pé.

Combinamos nos encontrar um outro dia, e a essa altura, já era 1 e meia da tarde. Resignada, enfiei a mão no bolso para almoçar por ali mesmo e fiz a sensacional descoberta: todo o meu dinheiro havia ficado em casa. Não tinha nem a grana da passagem.

Na falta de alternativa, passei o chapéu pelo campus e arrecadei 2,40 para o ônibus. (Indescritível a sensação resplandecente que o óleo de peroba pode proporcionar ao rosto da criatura).

Andei um 1 km até o ponto, onde fiquei plantada por 1 hora, sentindo o cheiro dos waffles da sorveteria atrás de mim, e dos espetinhos do boteco da frente. E para coroar minha experiência nostálgica, subi no ônibus cata-osso, que rodou pelas periferias mais abandonadas de Campinas e Hortolândia durante uma hora e meia.

Desci no ônibus com tremedeira, totalmente realizada. Quase relutei em voltar para vida real e telefonar para o marido me buscar, de carro, na rodoviária.

Mal posso esperar pela semana que vem.

2 comentários:

Unknown disse...

Aaaaai Pipa do céu!
Preciso te ensinar urgentemente o caminho aqui pra minha casa...

Anônimo disse...

Tem que levar merenda pra escola...