segunda-feira, 5 de março de 2007

Verdade seja dita: não há nenhum sinal de que exista um bebê a caminho nesta casa. Nenhum, a não ser o par de botinhas vermelhas que eu fiz e que está pegando poeira na estante do quarto da Laura.

Eu doei/emprestei tudo, tudo, tudo, todos os artigos de bebê depois que a Laura cresceu. Não tenho mais nada. Nem um macacão. Nem uma fralda de boca. Nada. E a parentaiada, compreensivelmente, se desobriga de dar coisinhas quando a gente chega no quarto filho. E por enquanto, nem pensar em fazer compras.

Eu mesma ainda não consigo visualizar um novo bebê por aqui. Ainda não me vejo amamentando, trocando fraldas, levantando de madrugada. Ainda sinto a barriga e os movimentos dentro dela como uma condição que vai passar, mas só isso. Não consigo nem escolher nome.

E ainda não consegui engrenar um pré-natal decente. Sistema público, aqui, não existe. E meu plano de saúde está naquela de paga-uma-atrasa-duas. Então, não tenho pra quem perguntar o que fazer com a hemorróida-monstro que resolveu me atormentar. E outros bichos.

Não é rejeição, é só que a ficha não cai.

E ainda tem a questão da casa, que eu acho que é o que mais tem refreado meu instinto de “fazer o ninho”. O contrato de aluguel acaba esse mês. E há 4 aluguéis pendentes. Então, temos até o fim do mês para quitar a dívida ou sair daqui. Pra onde e como, não sei, não faço idéia.

Não estou arrancando os cabelinhos, não, porque é bem provável que a gente consiga dar conta dos aluguéis em atraso. Aí vem o suspense do novo valor, mas aí já é outra história. Mas ainda assim, não ouso sonhar em pintar as paredes ou comprar outra cômoda enquanto não souber que o terreno está seguro.

É brochante, viu.

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