Ei, meninas, obrigada pelos parabéns pra Júlia. Eu já disse como é legal ter tantas fadas-madrinhas por perto? Uma das experiências mais doces que já tive foi compartilhar a gravidez e o nascimento da Laura pelo blog - foi uma espera tão cor-de-rosa, me senti cercada de tanto carinho, que tenho certeza de que vou levar essa lembrança pra vida toda. É muito gostoso ver que tantas de vocês ainda vêm me visitar, e que tem sempre gente nova chegando - sejam bem-vindas!

Eu perdi um pouco a mão ao longo desses anos - minha caramujice deu uma piorada braba. Mas ainda assim, é bom saber que tenho esse cantinho pra onde voltar e compartilhar colinhos, risadas e conversa fiada de vez em quando :)

Bão, minha gente, eu tava aqui escrevendo uma carta para uma das professoras do Felipe. Mesmo sabendo que essa vai ter de ser uma conversa olho-no-olho, pelo menos tenho a chance de organizar as idéias antes de chegar lá de espada em punho, decepando cabeças feito a Beatrix Kiddo, que é o meu impulso original. Eis o ocorrido:

Durante a última crise que o Felipe teve nas mãos, foi pedir à professora para ir molhá-las para aliviar a dor e o inchaço, explicando (de novo) que aquilo era uma vasculite. Ao que a sábia mestra respondeu: "Felipe, o que você tem é frescurite e só vai sarar quando você levar uns tapas do seu pai". A classe inteira caiu na gargalhada e o Felipe veio embora horas depois, humilhado e com dor. Quer dizer, né. A gente empenha um rim todo mês pra conseguir pagar as mensalidades da escola metida a sebo, que oferece fonoaudióloga, psicopedagoga e psicóloga, achando que vai conseguir se não orientação, pelo menos empatia quanto às dificuldades que o moleque já tem na escola. E aí cai uma bigorna desse tamanho na cabeça. Eu rezo todos os dias pelo fim do mundo, viu. Porque já era.

Não digo que lidar com ele seja fácil. Não é. Ele é o Calvin, sem tirar nem pôr; eu digo isso há anos. E isso pode até ser fofinho na fase pré-escolar, mas é um suplício agora que ele precisa alcançar notas e rendimento em sala de aula. Mas ele tá aí, existe, é desse jeito, e eu tenho me virado do avesso tentando fazer tudo direito. Já nem me culpo tanto, porque tenho três outros filhos pra servir de parâmetro. Dou a mesma educação e o mesmo ambiente pra todos, e é só o Felipe que "não encaixa". Sou capaz de avaliar o sufoco que é ter o Felipe dentro de uma sala de aula. Mas me esmigalha o coração pensar que ele não tem defesa contra requintes de crueldade como o que essa professora usou. E que apesar de ser dispersivo e inquieto, ele também é criativo, amoroso e capaz. E que tem tão pouca gente nessa porra de escola a fim de lembrá-lo disso.