quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Meu pai tá vendendo a casinha que era dos meus avós, lá em Brotas. A gente não tem como cuidar da casa, que já está quase caindo e passou por duas invasões nos últimos 5 anos. Mas é triste demais, demais.



Eu tinha a idade da Laura quando passei minhas primeiras férias sem meus pais, na casa do vô Tonico e da vó Dolly. Mas me lembro de tudo com uma nitidez assombrosa. A colcha com desenho de calhambeque. O barulho do relógio cuco na cozinha. O papel que embrulhava o pão. O doce de pêra, o doce de batata roxa comido às colheradas dentro do armário embutido. A horta do vô. A surra que levei da galinha quando tentei tirar um ovo do ninho. A mesma galinha que virou canja pelas mãos da vó Dolly, naquele mesmo dia - "Humpf! Abusada!" O armário de caixote que o vô fez pra guardar minhas panelinhas e o fubá carunchado que a tia Tide guardava para as minhas receitas. As jabuticabeiras do pomar. O balanço na mangueira. A cristaleira, o vaso de plantas com abelhinhas jataí, que se enrolavam no meu cabelo.

Hoje eu estava mexendo nas minhas coisinhas e encontrei essa preciosidade: um fragmento do diário que a vó fez daquelas primeiras férias.




Ah, eu tive infância. Eu fui feliz.

4 comentários:

stella disse...

ah, minha querida. isso é um tesouro!

Anônimo disse...

Pri, meu bem,
Que lembranças lindas.
Beijos e saudades :,-)
Bia Bia *

Anônimo disse...

Ave maria e eu choooooooooro feito uma vaca!
Que coisa mais linda, mais deliciosa, mais preicosa nessa vida.
Sao essas coisas, essas lembrancas, esse tempo bom que faz valer a vida.
Te amo querida e saudades roxas

Anônimo disse...

Que delícia esse diário da avó.